quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Prazer, Marina...

Vim ao mundo para questionar. Para me entender. Para ser feliz. Por isso, tento escrever.. mas leio, leio muito! Palavras e músicas são minha terapia. Meu remédio. Meu ponto de fuga e encontro. Na arte, eu me busco. É lá que eu sempre estou. Procurando o verbo, indagando a letra, consolando a frase que chegou ao fim. Quer me conhecer? Me encontre naquele romance antigo, segundo parágrafo, mostrando que a solidão não deve se atravessar a sós. Talvez eu possa – e isso é quase certo – me mudar pros tons daquela bela música e por lá ficar: “feita de luz mas que de vento”… Ah, me desculpem os Jungs, Freuds e Lacans  (e olhe que admiro todos eles e gosto de estudá-los, e sei que eles conseguem entender como funciona a mente humana). Mas Chico Buarque me entenderia! Assumo, sou Chicólatra por natureza. Alguns artistas – e nisso incluo poetas, músicos e demais sonhadores – parecem conhecer a fundo a alma humana, eles sim entendem. Quando falam de si, mostram um pouco também de nós. Quem nunca pensou, ao menos por um segundo: essa canção foi feita pra mim? Eu já me apropriei de centenas de músicas (com o devido crédito ao autor, é claro), que dizia serem “minhas”. Naquele momento, elas – e só elas – pareciam entender o que eu sentia. Letra por letra. Rima por rima. Em cada nota, um espanto. E uma sensação de pura comunhão com o mundo: é, eu não estou sozinha. E como isso conforta! Pois é, a arte também foi feita pra unir. Pra protestar. Para seduzir. Por isso, passo a vida  tentando escrever. Lendo. Garimpando frases. Buscando o verso certo. A estrofe perfeita. Ou um conhecimento maior sobre mim mesma. Se estou conseguindo? Não sei. A arte nem sempre é bondosa. Um dia nos pega no colo e, no outro, nos faz enxergar o que ainda é difícil de ver. Mas tudo bem. Enquanto houver um poema pra nos consolar e uma boa canção pra nos comover, “a gente vai levando”.


Inspirado nos textos de Fernanda Mello

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