quinta-feira, 28 de junho de 2012

Mundo subliminar...


  
Vivo num mundo só meu, há milhões de milhas do lugar comum.
O relógio no meu mundo não anda sempre pra frente.
Ás vezes volta no tempo pra me abastecer de memórias e referências.
Elas me alimentam e me preparam para o novo.
O novo me atraí, a curiosidade me move, mas não tenho pressa de descobrir o que o futuro me trás. Brigo com a velocidade, com a superficialidade.
Quero conhecer mais do mesmo até descobrir a essência de cada coisa.
A tecnologia me leva longe, mas eu esqueço que ela existe quando ela teima em me desconectar das origens.
No meu mundo não preciso provar nada pra ninguém.
A minha afirmação e o meu poder não estão numa marca estampada ou numa pedra preciosa.
Estão em tudo que sei e por onde passei.
A minha sensualidade vem da liberdade que existe em mim. Ela vive em mim.
E mesmo que eu me transforme infinitas vezes em um só dia, a cada coisa que aprendo; a cada lado novo que descubro em mim....
Seja dia, seja noite, seja festa, seja pé na areia..... o meu corpo troca de roupa, mas a minha essência continua a mesma.
É assim o meu mundo. Único, mas cheio de possibilidades. Pelo menos pra mim.
Você pode visitar o meu mundo, sinta-se desde já convidado.
Mas desde que venha sem pressa e deixe os sapatos do lado de fora...

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Cheirinho de coisa nova...

O novo me atrai da mesma maneira que me repele. Por atrair-me, busco-o como uma saída. Ao descobri-lo me desoriento, porque não é mais novo. Existem tensões, e também ansiedades, entretanto, existe o Eu que não consegue resistir a esse inesperado que me fascina, instiga e revigora.  Não, você não sabe o quanto o novo me atrai. Me sinto tão feliz como uma criança que recebe uma caixa de giz de cera coloridos e uma folha novinha em branco. Não, você não sabe o quanto o medo de dar o primeiro rabisco na folha em branco me fascina. A ansiedade e este efeito de mil borboletas voando pelo estômago é como estar em um balanço que se alterna entre voar até o alto e voltar ao ponto mais baixo, quase me deixando encostar os pés no chão. O fato de não ter a certeza se irei cair e a felicidade de estar no alto, desnorteia... ah como me deliciam estes medos e ansiedades bobas de quando algo começa, ou está prestes a acontecer. Apesar de certo preconceito, com relação a algumas situações, do medo do que é principiante em minha vida, gosto de novidades e desafios. Tudo o que seja ímpar me atrai. O novo me atraí, a curiosidade me move, mas não tenho pressa de descobrir o que o futuro me trás. Brigo com a velocidade, com a superficialidade. Quero conhecer mais do mesmo até descobrir a essência de cada coisa. Parece ambíguo, porém é como referiu o filósofo, matemático e físico francês, Blaise Pascal (1623-1662), " O coração tem razões, que a própria razão desconhece".

domingo, 10 de junho de 2012

Transparência...

‎Ser transparente, é ter coragem de se expor, de chorar, de falar o que sente. Ser transparente, é desnudar a alma e deixar cair as máscaras, destruir imensos e grossos muros que insistimos tanto em empenhar para levantar. Ser transparente é permitir que toda nossa doçura aflore, desabroche e transborde... Mas infelizmente, quase sempre a maioria de nós decide, não correr riscos.

Preferimos a dureza da razão, a leveza que exporia toda fragilidade humana. Preferimos o nó na garganta, as lágrimas que brotam do mais profundo do nosso ser. Preferimos nos perder numa busca insana, por respostas imediatas a nos entregar diante de Deus, admitir que temos medo. Nos afastamos cada vez mais do que somos... Em falsas atitudes e em falsos sentimentos... Mas por que nos perdemos de nós mesmos? Não sabemos onde é que está nossa brandura, nosso amor mais intenso, não contaminado.

Num silêncio, que nos remete à saudade de nós mesmos... Daquilo que pulsa e grita dentro de nós, mas que não temos coragem de mostrar àqueles que mais amamos. Porque infelizmente, aprendemos que é melhor revidar, agredir, descontar, acusar, criticar, julgar, do que simplesmente dizer: Você está me machucando, pode parar por favor! Porque aprendemos que dizer isso, é ser bobo, ser menos que o outro... Não devemos ter medo dos confrontos e sugiro que deixemos explodir toda a nossa doçura.

sábado, 9 de junho de 2012

"Acho que fiz tudo do jeito melhor, meio torto, talvez, mas tenho tentado da maneira mais bonita que sei."


"Podia ser só amizade, paixão, carinho,
admiração, respeito, ternura, tesão.
Com tantos sentimentos arrumados
cuidadosamente na prateleira de cima,
tinha de ser justo amor, meu Deus?"
( Caio Fernando Abreu )

Podia. Podia ser só amizade sim. Não seria de se espantar. Podia ser só aquele carinho de amigo, aquela coisa da confidência... sempre tive muitos amigos. Aliás, conto nos dedos as amigas que tive. Podia ser só mais um amigo, como tantos outros. Só mais um para rir das piadas, pra desabafar, pra ficar conversando de bobeira... como amigos. É. Podia ser só amizade.

Podia. Podia ser só paixão sim. Dessas que vem e vão, como as ondas no mar. Dessas que vem, arrebatam, enlouquecem e cessam, como a ressaca no mar. Dessas que envolvem, despertam e perdem toda a sua voluptuosidade em cavernas escuras. Paixão fulminante, passageira, instântanea. É. Podia ser só paixão.

Podia. Podia ser só carinho. Aquele carinho alongado, aquela vontade de colocar no colo e deixar ninar. Um carinho quase maternal, paternal. Carinho doce, calmo. É. Podia ser só carinho.

Podia. Podia ser só admiração. Admirar a sua beleza, as suas virtudes, o seu jeito. Aquela admiração que vem de dentro, do toque, da palavra, da voz. Admiração por você ser quem você é, e só. É. Podia ser só admiração.

Podia. Podia ser só respeito. Respeito por bem ou por mal. Respeito pela convivência, pela pessoa. Respeito que não implica em medo, mas em presença de espírito. É. Podia ser só respeito mesmo.

Podia. Podia ser só ternura. Ternura mansinha, como voz de mãe cantando para dormir, como cafuné para descansar, como massagem para relaxar. Ternura leve, solta, arisca. Ternura por si só. É. Podia ser só ternura mesmo.

Podia. Podia ser só tesão. Só pele, sem sentimento, sem nada mais. Impulsivo, focado, desprendido, automático. Apenas o toque, o jeito, o cheiro, o gosto. Seco, superficial, agudo. É. Podia ser só tesão mesmo.

E eu dei de arrumar todos esses sentimentos cuidadosamente na prateleira de cima. Arrumei e não deixei acumular poeira. Fui arrumando, limpando, mantendo, deixando... eu dei de arrumar sim. Agora, estou diante da prateleira. Olho para toda a minha arrumação e penso no trabalhão que deu para organizá-los  assim e só uma coisa me vem em mente: Tinha de ser justo amor, meu Deus? E deixo Caio Fernando Abreu por mim, mais uma vez:

"Porque quando fecho os olhos, é você quem eu vejo;
aos lados, em cima, embaixo, por fora e por dentro de mim.
Dilacerando felicidades de mentira,
desconstruindo tudo o que planejei,
Abrindo todas as janelas para um mundo deserto.
É você quem sorri, morde o lábio, fala grosso, conta histórias,
me tira do sério, faz ares de palhaço, pinta segredos,
ilumina o corredor por onde passo todos os dias.
É agora que quero dividir maçãs, achar o fim do arco-íris,
pisar sobre estrelas e acordar serena.
É para já que preciso contar as descobertas, alisar seu peito,
preparar uma massa, sentir seus cílios.".

Tinha que ser amor sim porque não poderia ser outra coisa. Mas eu já mandei uma faxineira vir tirar tudo de cima da prateleira. Afinal, preciso organizá-la melhor, dando as necessárias prioridades e ordens das coisas.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Autoanálise

Eu sou feita de sonhos interrompidos, detalhes despercebidos. Sou feita de choros sem ter razão, pessoas no coração, atos por impulsão. Sou o intervalo entre o que desejo ser e os outros me fizeram. Sinto falta de lugares que não conheci, experiências que não vivi, momentos que já esqueci. Eu sou amor e carinho constante, distraída até o bastante, não paro por um instante. Já tive noites mal dormidas, perdi pessoas muito queridas, cumpri coisas não-prometidas… Muitas vezes eu desisti sem mesmo tentar, pensei em fugir para não enfrentar, sorri para não chorar. Eu sinto pelas coisas que não mudei, amizades que não cultivei, aqueles que eu julguei, coisas que eu falei. Tenho saudade de pessoas que fui conhecendo, lembranças que fui esquecendo, amigos que acabei perdendo. Mas, continuo vivendo.
Tenho celulite assumida. Possuo TPM convicta. Tenho mau-humor confesso e avisado. De vez em quando eu sumo. Não atendo telefonemas, digo que não estou pra ninguém, não costumo falar sem vontade. Sou muito cheia das verdades, movida a vontades, além de ter uma obrigação com a sinceridade (por mais que machuque). Falo sem pensar. Falo pensando, só não falo dormindo. Converso comigo e falo sozinha. Dou sorriso à toa. Falo palavras ao vento. Não sou fresca e sento no chão cheio de poeira. Sou fresca e não como pimentão. Adoro amar, mas tenho medo dos efeitos colaterais do amor. Sou montanha-russa, caos, tormenta e confusão.

sábado, 2 de junho de 2012

Os "Ésses" da minha vida...

 
Certa vez me surpreendi com uma pergunta... Aquelas que vêm lá do fundo da alma, sabe?! Foi assim: Fiz tudo o que queria na vida?
A resposta veio como uma fita VHS rebobinando o filme da minha vida em direção ao passado: Saudades, solidões, surpresas, sensações, sentimentos, sabores, sonhos, sorrisos, soluços, sacudidas, sustos, selinhos, supetões, sexo, samba-canções, sungas, sacanagens, sorvetes, sol, sangue, suor...
Uma porção de “ésses” que serpentearam toda minha vida. Fizeram-me, rir e chorar, mas me fizeram viver tudo com muita intensidade.
Se sou completa? Claro que não! Estou vivendo, aprendendo, e aprendendo a desaprender.
Quero muito mais. Mais “ésses” para fazer tudo no plural.
O “singular” é só, o “plural” está sempre acompanhado, bem ou mal, mas acompanhado.
Quero gente por perto compartilhando seus “ésses” comigo. Dividindo, multiplicando, somando e às vezes subtraindo... ninguém é perfeito, né?!
Estes “ésses” são só meus, mas junto com os seus, se transformarão numa combinação infinita de “ésses”.
Vem comigo! Sentir, subir, saltar, sonhar, saborear, sambar...
E a resposta a minha inquietante pergunta, claro, tinha que começar com “ésse”: SEMPRE!